Um caminho até a Biblioteconomia

10/12/2012 14:46

Adriane De Paula Moreira Cavalcanti (*)

 

 

Recordo-me do meu tempo de criança, quando tinha muito gosto pelos estudos a ponto de desejar “ser” professora, quando crescesse. No quintal da minha casa colocava quadro negro e meus coleguinhas passavam a manhã estudando comigo para as provas. Passava minhas tardes pesquisando os trabalhos em bibliotecas, como a do Espaço Cultural, a Biblioteca Municipal e até mesmo a Biblioteca Central da UFPB.

Fui crescendo e algo em mim foi modificando, de modo que não sabia mais o que queria ser, embora pela situação financeira da família necessariamente teria que fazer um curso técnico para ser absorvida pelo mercado de trabalho. Foi então que fui para o CEFET-PB fazer o curso de Saneamento e, posteriormente, Geoprocessamento. O primeiro me permitiu trabalhar na empresa pública em que estou atuando. De 1997 a 2008, nas horas vagas, permaneci me relacionando com os profissionais da Biblioteca Nilo Peçanha, aprendendo a pesquisar melhor as fontes de informação e observando, ainda, a chegada das novas tecnologias digitais. Ainda assim não passou pela minha cabeça que um dia poderia vir a ser colega desses profissionais.

Meu primeiro vestibular foi para Química Industrial na UEPB, onde passei mais não cursei. Em 2003 fui aprovada tanto no curso de Serviço Social quanto em Geoprocessamento, optei por esse último mas não cheguei a produzir o TCC.

            Depois de quatro anos sem estudar, me submeti ao ENEM sem muita pretensão e posteriormente me inscrevi no SISU, com a ajuda de uma amiga. Pela nota de corte do concurso fiquei na espera do curso de Biblioteconomia e, para minha surpresa, resgatei no lixo eletrônico um email solicitando comparecimento ao Auditório da Reitoria para concorrer a uma vaga neste curso. A minha única certeza é que precisava de um curso com o qual me identificasse e que fosse na área de humanas.

            Agora, com duas semanas de aula neste primeiro semestre do curso de Biblioteconomia, tem nascido em mim uma sede de entender porque este curso é quase desconhecido da sociedade. Observo que ninguém faz ideia da relevância dos profissionais da informação, com a responsabilidade de levar a “luz do conhecimento”[1] a todos que a buscam. Contudo, o fato de que a área está crescendo, bem como a necessidade de profissionais qualificados exercendo essa função, está aumentando a procura pelo curso.

É a sociedade da informação e do conhecimento que abre passagem para os profissionais da informação: bibliotecários, arquivistas, documentalistas, museólogos, gestores de sistemas de informação, criadores de tecnologias intelectuais e digitais. Com outros profissionais igualmente relevantes, em profissões acadêmicas ou empíricas, estamos ajudando a construir um futuro promissor para nossa sociedade.

 

 

 

(*) Aluna do Curso de Biblioteconomia da UFPB. Turma 2012.2.

 


[1] WORLD BANK. Knowledge for development. Relatório 1998/1999. Disponível em:  <www.worldbank.org>. Citado por FREIRE, I.M. Ciência, conhecimento, profissionais da informação.... Disponível em: <https://www.isafreire.pro.br/Inforesponsabilidade_social.htm>. 

—————

Voltar